quarta-feira, 24 de junho de 2009

Mais Mega Model Agency

Além das fotos pretensamente mais conceituais, com tentativas de narrativa visual apresentadas no tópico anterior, é claro que era necessário fazer fotos mais simples, mesmo que usando a iluminação artificial do Frata ou do SB800, ou até mesmo sem o recurso deles, para compor fotos que servissem tanto a meu portfólio quanto ao acervo dos modelos, atualizando os registros de sua imagem.
Dessa forma, no momento de fazer imagens mais simples, é que se nota a importância da experiência dos modelos e do direcionamento dos mesmos. Eu costumo trabalhar com modelos que nunca fizeram um ensaio mais elaborado, acostumados a fotos de Orkut. Em meus ensaios pessoais desses “modelos” há um tempo de adaptação, de confiança, de cumplicidade, em que, em minutos, dentro de um total de duas ou três horas, modelo e fotógrafo acabam se identificando no contexto, fluindo, e eu posso adaptar e absorver um pouco da expressão corporal natural dos modelos, e estes podem “embarcar” nessa ou naquela idéia minha. Com a Mega não pôde ser assim.
Foram poucos minutos entre uma foto e outra, dividindo equipamento e assistentes com Almir Jr, lutando contra a luz que ficava cada vez mais forte e dura ao avançar do dia. Com isso, depois revendo o trabalho, inclusive em conversas com o próprio Almir, percebemos que faltou mais direcionamento dos modelos nessas fotos, sobretudo em alguns modelos com menos experiência, detalhes perdidos, emoções que poderiam ser intensificadas, etc. Fica a experiência, para mim e para eles, de que mesmo em situação de prazo curto para fotos, pressão e busca de resultados, os detalhes fazem toda a diferença, e marcam o limiar entre boas fotos e simples registros. Seguem algumas fotos nesse contexto:





Até a próxima postagem.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Mega Model Agency e historinhas visuais

Recentemente o amigo e fotógrafo Almir Jr ( http://www.almirjr.com/) de quem sou assistente ocasional, me propunha fazer um trabalho em conjunto, com conceitos de strobist a partir de um vídeo que recebera de outro amigo fotografo via net. Neste vídeo, gringo, dois fotógrafos e produtores abordavam pessoas nas ruas, com estilos legais de se vestir, e em locais pré-selecionados faziam retratos, geralmente de corpo inteiro, usando dois flashes, com snoots, destacando um acessório, elemento da roupa e a expressão facial do fotografo, reduzindo a luz ambiente através de altas velocidades para destacar o modelo. A idéia era essa.

Como aqui, em Feira de Santana, no meio da rua não é fácil parar as pessoas, convencer a fotografar e ainda achar roupas tão legais em fundos promissores, Almir se comprometeu a conseguir os modelos para posar para a gente, e aí entra a Agência Mega Model (http://megamodelfsa.blogspot.com/) . Na pessoa de sua Diretora, Maria Tereza, modelo experiente, a Mega entraria com os modelos, eu e Almir com as fotos e assim todos ganharam.

Aí Almir teve a idéia de mudar o norte do trabalho, usar uns 10 modelos e incorporar mascaras à composição, todos usando o básico máximo em figurino, calça jeans e blusa básica branca, impessoal. Assim faria múltiplas exposições com um conceito de direção que nem vou detalhar aqui porque a idéia foi dele. E no mesmo sentido de respeito à idéia do autor não me senti a vontade para fazer fotos dentro do mesmo contexto. Ficou acertado que mesmo usando o mesmo equipamento de iluminação (dois Flashes Frata, sendo um solto nas mãos de um assistente, e outro preso a uma manopla, direcionado por snoot que improvisamos) eu faria fotos mais gerais, de portfólio meu mesmo, e que pudessem servir de alguma forma aos modelos que queriam fotos suas mais atualizadas.

Mas logo de cara percebi que estando ao lado de Almir Jr, a fazer um trabalho com contexto tão legal não podia fazer só o basicão. Claro que teria que ter o básico, até porque isso é importante pros modelos, ter algo mais comercial e algo meio de beleza, mas eu não podia perder a oportunidade de ter vários modelos a disposição e com vontade de produzir algo legal.

Então ali, na hora, comecei a pensar algumas situações que formassem historinhas visuais, contextos e narrativas com fotos, como se além dos modelos, roupas ou acessórios (nas minhas fotos eles incrementavam em algum detalhe), eu pudesse mostrar atitude.
Isso tem sido uma busca constante em meu trabalho. Mesmo que eu faça fotos mais comuns de meus modelos, sempre tento incorporar um algo mais nas fotos, algo que seja uma brincadeira com seu estilo de vida, personalidade, fantasia, profissçao, hobby, etc. A oportunidade com a Mega era melhor ainda, pois muitas opções estavam ali ao alcance, bastando apenas imaginação. Tempo curto pra pensar, dirigir e seguir pra próxima foto de Almir e minha, mas surgiram algumas idéias e as tentei por em pratica.

Assim destaco as seguintes fotos em que usei o conceito de narrativas visuais:

Nessas duas primeiras fotos, as minhas duas primeiras do dia, fiz dois cortes para valorizar a roupa e a expressão da modelo em um corte mais fechado e no corte mais aberto valorizar a distancia entre as modelos e os planos. Recebi bastante criticas quanto ao esquema de iluminação, que segundo muitos, requer outro flash ao fundo, nas modelos secundárias, mas na narrativa que buscava a idéia era justamente ofuscar as modelos de trás e deixar todo o destaque à modelo principal:




Strobist info: Dois Flashs Fratas, ambos em carga total, um lateral na altura da cintura do modelo à direita e outro à esquerda de cima pra baixo em uma manopla com snoot para centrar o feiche apenas no rosto do modelo.



Nessa outra foto, usei os fratas de outra forma, um iluminando lateralmente o modelo a mascara preta, com expressão corporal mais agressiva, e o snoot iluminando o rosto do modelo do meio e parte do rosto do outro modelo. Como ponto negativo a arvore ao fundo me incomodou bastante na pós edição, me relembrando maior cuidado com o fundo, algo que já me preocupa com constância.



Strobist info: Dois Flashs Fratas, ambos em carga total, um lateral na altura da cintura do modelo à direita e outro à esquerda de cima pra baixo em uma manopla com snoot para centrar o feiche no rosto do modelo central.



No terceiro clique dessa série, já estava usando o cãozinho (forma carinhosa de chamar o SB800 pelo grande Renato Rocha do blog I Love My Job), iluminando o modelo com o cone na mão, elemento principal da cena. Mais uma vez o fundo poluído incomodou.


Strobist info: Flash SB800 direto à direita do modelo com o cone em potencia 1/4, zoom 18mm a cerca de 3 metros do modelo.

É isso aí, alguns erros ocorreram, mas ao menos foi tentado, e com erro se aprende, ao menos não fiquei triste por não ter ousado mais e caído no meu grande medo, o maior deles como fotografo, que é virar um imitador de mim mesmo.

Nos próximos posts mostro outras fotos desse trabalho. Até breve!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ensaio Manuela Veiga 3ª Parte.

Nesta terceira e última fase do Ensaio de Manuela Veiga, usamos roupa de festa, acessórios e um escurecimento na sombra da maquiagem, de forma a tentar mostrar um pouco mais de glamour neste look, através de expressões mais sérias e do uso do ambiente contrastando com a produção.

Tecnicamente, o uso da sombrinha difusora em ângulo mais alto, de forma a iluminar o rosto dela, o destacando, evitar a projeção da sombra no fundo e provocar um efeito de gradiente na iluminação.

Variação de ambientes em locações claras e mais escuras, limpas e com fundo sujo, indicam a mudança de conceito mesmo em uma mesma roupa.

Vamos a algumas imagens:












Essa parte final do ensaio foi a que mais me agradou. Até o próximo ensaio e novas experiências.



sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ensaio Manuela Veiga - 2ª Parte

Nessa segunda parte do ensaio, deixei de lado o flash direto e voltei a trabalhar com a sombrinha difusora. Teve uma pequena passagem de look com uso de pérolas, em que usei os acessórios para diferenciar, seja na luz da sombrinha refletida nos óculos, ou no destaque das pérolas do colar de Manuela. Essa fase intermediaria não teve lá muito um porque, apenas ajustando a luz e fazendo mais cliques.

Na parte seguinte, brincamos com um boneco Ken, o namorado da Barbie, em um lance conceitual, na idéia de que Manuela não é mais a menina de antes, e que longe de brincar de boneca, hoje em dia ta mais fácil brincar de boneco. Rs. A idéia não ficou tão clara diante de muitos que me questionaram, mas surtiu o principal efeito, de satisfazer a cliente, Manuela Veiga, principal interessada, o que me deixou contente.

No esquema do parquinho e fotos do boneco, usamos a sombrinha difusora, com potencia em 1/8 variando até ¼ no SB 800, o que garantiu uma luz de destaque do rosto em relação ao fundo. Nas fotos do balanço, notei um excesso de luz lavando o contraste e textura do rosto e alguns detalhes do cabelo, a luz ficou acima, e ficou a lição de que poderia ter usado o fotômetro, ter baixado a luz e corrigido no Lightroom, pois trabalho com raw, e ter obtido resultados melhores. A presença de curiosos, crianças se metendo no meio da cena, perturbando mostrou na pratica um dos inconvenientes de trabalhar em externa. Mesmo assim Manuela se concentrou ainda mais e conseguiu passar o que queria em suas fotos. A seguir algumas delas:





Cena de Making Of:

Pérolas...

Cena do balanço, com excesso de luz, deixou um tanto lavada a imagem, a observação mais atenta no monitor da própria câmera poderia ter evitado tal excesso:


As fotos do boneco tentam contar uma pequena historinha visual:

Além disso fizemos fotos com conceito isolado, independente do boneco:


Até o próximo post!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Ensaio Manuela Veiga – 1ª Parte

Manuela Veiga, ou Manu Veiga ou Mana, é uma amiga de longa data, que eu vi ainda mais menina treinando com minha equipe de Jiu Jitsu há anos. Manuela, na época sempre chamada de Mana, sempre foi uma menina muito alegre, brincalhona e sorridente. Anos depois, vejo nela um potencial estético para fazer algumas fotos, e depois da beleza morena de Frances, trabalhar com uma modelo loira. Desde o inicio a idéia com Manu Veiga era trabalhar a Manuela, a menina que cresceu, virou uma mulher, estudante de Enfermagem, já em busca de uma carreira, com toques sensuais. Mas o fato de Manuela ainda ser muito conhecida por Mana, não poderia ser esquecido, então montamos 3 looks, que por esperteza dela viraram 4, em uma espécie de transição.

Normalmente gosto de começar pelo look mais básico, e assim começamos com o look de blusa básica e camiseta. Mas como toda mulher, Manuela soube dar seu toque com colares de cores fortes, um pingente com seu nome, um óculos legal e detalhes da maquiagem que ela mesma fez. Esse look mais básico, e composições usando o ambiente normalmente ajudam a modelo, ainda inexperiente, a se soltar mais, a entrar no clima e mudar as posições, poses e olhares.

Tecnicamente, no inicio eu queria partir para algo diferente do trabalho de Frances, em que usei muita luz natural, rebatedores e a sombrinha difusora. Conversando com meu amigo fotógrafo Almir Jr ( http://www.almirjr.com/ ) ele me indicou investir no que ele chama “luz de ataque”, ou seja, mesmo com sol e tudo mais, a luz de um flash tipo speed light, no meu caso o Nikon SB800, tende a dar mais contraste, destaque e beleza quando usado em um lado da modelo, como preenchimento ou como recorte da mesma do fundo, destacando a modelo da luz do fundo e de seu contexto. Entendo como luz de ataque pelo uso do flash direto, que fui ajustando aos poucos com a grande ajuda de Zildgar Jr, amigo e também fotografo que atuou como meu assistente. As pessoas pensam que assistente em strobist é apenas segurar flash; Se fosse assim bastaria um tripé, mas é ele, o assistente, que ajuda na regulagem do flash, da distancia, potência e zoom, o que é fundamental para a agilidade dos ajustes e poupar tempo no alcance dos resultados. Imagine ter que ir lá mexer no flash, em um tripé, a cada ajuste? Até o clima pode ser quebrado. Então Zildgar seguiu minhas orientações e trabalhamos com o flash com zoom bem aberto, por volta de 18mm,direto, sem o difusor, com potencias variando em 1/8 a 1/32, o que ajuda a economizar a carga do Sb800 e ter recargas rápidas. Em algumas fotos o esquema surtiu um bom efeito, e em algumas ficou forte em excesso, mas já me senti a vontade para usar mais o flash direto, o que pode ser uma ótima alternativa para não se andar com trambolhos como tripés e sombrinhas por todo o canto. Essa busca eu devo a Almir Jr que usa sempre apenas os SBs diretamente em fotos externas, onde as vezes posso ajudar como assistente dele, e ao RenatoRochaMiranda, do blog I Love My Job!, que dá ótimas dicas de como se sair bem com os sb800. Vamos a algumas imagens e em breve eu volto com mais fotos e detalhes desse ensaio.


Luz Lateral para dar contraste e volume no rosto:

Flash bem fraquinho e mais distante apenas para preenchimento:

Lateral no corpo mas um pouco mais frontal para não marcar tanto sombras duras:
O flash muito forte e muito lateral pode gerar sombras duras indesejáveis, como nesse close que eu boto como exemplo. O nariz dela ficou com uma sombra que poderia ser evitada com um rebatedor do outro lado, ou mudando o posicionamento do Flash:


Usando a arvore para barrar a luz do sol do outro lado e assim garantir um contraste no lado do rosto oposto à posição do flash:


Até o proximo post.